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Motociclista do ABC realiza viagens pela América

por erika.marques — última modificação 19/06/2013 16h22
Motoqueiro também se dedica a tirar fotos dos variados lugares por onde passa

Publicado em 19/06/2013 12h10

Última atualização em 19/06/2013 16h22

Motociclista do ABC realiza viagens pela América
Valdemir passou por vários lugares, um deles foi a Cordilheiras dos Andes, no Peru - Foto: Arquivo Pessoal

ÉRIKA RIOS
Da Redação*

Valdemir Jose Januário nasceu em São Bernardo e é metalúrgico há mais de 22 anos. Começou a ter gosto por moto na adolescência, com 15 anos, mas precisou esperar a maioridade para poder pilotar. Quando comprou a primeira moto fez viagens pequenas pelo litoral paulista e, depois, começou a ir mais longe.

“Como não tinha muita experiência, pegava a moto e saía por aí. Um dia acordei 6h da manhã e cheguei ao Rio de Janeiro ao meio dia. Fui sem planejar, mas hoje eu não faço isso. É necessário planejamento para não ter problema”, disse.

O metalúrgico começou viajando pelas regiões sul, sudeste e alguns estados do nordeste do Brasil, quando teve a ideia de fazer algumas viagens internacionais. Em 2009 começou a planejar a viagem para o Chile, que teve a oportunidade de realizar em 2010. “Atravessei o extremo sul do Brasil e depois entrei no Uruguai, Argentina e Chile, e voltei pelo interior da Argentina, passando por Foz do Iguaçu”, contou. Em 2011, com o objetivo de conhecer Machu Picchu, fez o mesmo caminho do ano anterior, mas subiu o extremo norte do Chile, passando pelo deserto do Atacama, chegando a Machu Picchu.

A terceira viagem internacional que fez foi em abril de 2012 para a Venezuela. “Foi um pouco mais arriscado, foi minha primeira grande viagem sozinho. Foram 17 mil quilômetros em 35 dias. Não fiz turismo por onde passei. Só parei na Venezuela, na Ilha de Margarita, no mar do Caribe. Fiquei duas noites por lá e voltei pra casa”.

Para Januário, a base de qualquer viagem é o planejamento. “Fico em média seis meses planejando as viagens. Pergunto para alguém que já teve a experiência de passar por esses países, pego dados e informações para não ter nenhum problema. Sempre tem imprevistos, às vezes você chega na cidade e não tem vaga em hotel, chega no posto de combustível e acabou a gasolina. Você tem que se virar”.

Um dos imprevistos que aconteceu com o motociclista foi passar a noite na Rodovia Transamazônica, em um bar de caminhoneiros. “São aproximadamente 800 quilômetros, de Santarém a Cuiabá, de estrada ruim e de barro. Atravessei esse trecho, estendi a rede e dormi em um barzinho, porque não tinha como chegar a outra cidade”, explicou.

Em suas viagens, o sãobernardense já passou por alguns momentos tensos e engraçados nas fronteiras dos países. Quando saiu do Brasil para entrar na Venezuela foi barrado pelo exército venezuelano. Pediram para ele tirar todas as coisas da moto para fiscalizar se carregava drogas. “O cara apontou a arma pra mim e eu pensei que fosse morrer. Conversei com ele e deu tudo certo”. Enquanto esperava no Equador para entrar na Colômbia, foi barrado e impedido de continuar a viagem. “Um colombiano disse que eu não ia entrar porque achou que eu fosse cubano. Tentei provar pra ele que sou brasileiro, mas não me deixava falar. Quando ele terminou de falar, expliquei que sou brasileiro e os outros soldados que estavam com ele deram risada da situação”.

Pelos lugares que passa, Januário procura sempre refletir e tirar lições de vida. “Na Cordilheira dos Andes você olha todas aquelas montanhas e a natureza e vê que no meio delas não somos nada. Volto mais humano de uma viagem assim, aprendo muito coisa, como valorizar e não se prender em algumas coisas”.

Recentemente, o motociclista resolveu mudar seus destinos de viagem. “Já passei por vários países e agora surgiu a ideia de conhecer a fundo onde eu vivo. Já rodei Diadema, cidade que moro e tirei algumas fotos em São Bernardo, mas como é o maior município do ABC, ainda tem muita coisa pra ver”. Em sua próxima grande aventura programada para o ano que vem, o metalúrgico pretende ir para Bolívia.

Outro lugar que ele quer conhecer e tentará ir em 2015 é o Alasca. “Não sei se vai dar certo, mas a meu objetivo é passar por todas as Américas. A ideia é pegar um avião até o Panamá, mais ou menos duas horas de voo, e de lá subir todos os países, passando por Estados Unidos, Canadá e Alasca. São 23 mil quilômetros partindo de São Paulo, devo chegar lá no máximo em 40 dias. Aí deixo a moto e volto de avião”, afirmou.

Para quem se entusiasmou e pensa em subir na moto e pegar a estrada, o conselho do motoqueiro é atenção e preparação: “Se gosta de viajar, vai, mas tem que tomar cuidado e planejar, não é só pegar a moto e achar que vai dar tudo certo, porque, às vezes, até com planejamento dá errado. Não recomendo que a pessoa viaje sozinha. Planejamento é tudo, procure conversar com as pessoas que já foram em determinado lugar e extrair o máximo de informações. Viajar em moto é uma oportunidade de vivenciar as dificuldades, os desafios e os prazeres durante a longa jornada”.

Veja no vídeo abaixo historias dos locais por onde Valdemir já passou:

Confira as fotos dos lugares no blog do motociclista: valdemirjanu.blogspot.com.br

*Esta reportagem foi produzida por estagiários da Redação Multimídia da Faculdade de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo

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