Tempo e espaço nas formações discursivas presentes em três documentários sobre a questão agrária
Resumo
O presente artigo analisa as construções espaço-temporais presentes nos textos de três documentários que abordam a questão agrária contemporânea, sendo eles O mundo segundo a Monsanto, Soluções locais para uma desordem global e O veneno está na mesa. A abordagem tem como centro o conceito de formações discursivas (FDs) desenvolvido por Foucault. Inicialmente, é traçado um breve histórico da chamada revolução verde e é mostrada a oposição que se criou entre os discursos que sustentam as práticas trazidas por ela e aqueles que a rechaçam. A partir de uma análise do léxico dos documentários analisados, percebe-se que os três filmes se alinham discursivamente e que criam uma oposição entre inovação e tradição, oposição essa que é fundamental no desenvolvimento teórico do artigo. A partir disso, são distinguidas duas formações discursivas distintas: a primeira, combatida pelo discurso dos documentários, é uma FD ligada a uma ideologia do progresso. A segunda é uma FD que permite o contraponto aos discursos do progresso através, principalmente, da validação do conhecimento tradicional.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.15603/2175-7755/cs.v39n2p129-154
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.