Ípsilon de Pitágoras, Hércules na encruzilhada e Tabula Cebetis: a “sobrevivência da antiguidade” no motivo do caminho largo e estreito
Resumo
Aby M. Warburg estudou a “sobrevivência da antiguidade” na arte renascentista e, a partir das suas investigações, desenvolveu diversos conceitos para descrever o papel das imagens na vida do ser humano renascentista como caminho de exteriorizar, articular e dominar suas angústias e paixões existenciais a partir de linguagens visuais desenvolvidas durante a Antiguidade e integradas, deforma eclética, na arte da época. Nosso artigo documenta como três motivos educacionais da antiguidade, o Ípsilon de Pitágoras, Hércules na encruzilhada e a Tábua de Cebes foram citadas, textual e visualmente, entre 1600 e 1870, para comunicar, autorizar e dinamizar o motivo do caminho largo e do caminho estreito e para lidar com o desafio principal que o ser humano encara e ao mesmo tempo enfrenta na modernidade: de assumir a construção da sua vida e do seu mundo, inclusive seu futuro religioso, em um processo contínuo de conversões e decisões, procurando o caminho certo e dominar o indominável: a sua própria morte.
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