O governo dos pobres - Reflexões sobre os marginalizados do sistema produtivo e social chileno
Resumo
O artigo pretende establecer um diálogo entre economía e teología bíblica no contexto da sociedade chilena, postulando como hipótese de trabalho, que a atual situação de segmentação social que o país vive corresponde a uma divisão mais profunda explicitada como um projeto moral de exclusão, que possui traços míticos e que se opõe a outro com características utópicas. Esta hipótese se desenvolve, mostrando em primeiro lugar, que a teología neotestamentária utilizou para formular a sua mensagem desde o seu início, múltiplos termos e conceitos económicos e políticos, os quais ajudaram a explicitar a mensagem salvífica. A partir da análise pragmática de termos como (…), o artigo postula que estes termos se referem a pessoas excluídas do processo produtivo da antiguidade. Esta contextualização ajuda a compreender que a mensagem evangélica do eschaton está dirigida a determinados sujeitos sociais como protagonistas do reino. Em segundo lugar, o texto propõe a escuta como evento escatológico e criterio de constituição do sujeito. A hipótese de estar vivendo numa sociedade de exclusão tem como consequência o desaparecimento do sujeito, assim como afirmam diversos pesquisadores, isto representa um dos problemas fundamentais que deve enfrentar uma reflexão económica e teológica a respeito da nossa sociedade. A exclusão significa a negação da vida. A reflexão teológica mostra que o Deus da libertação é o Deus que escuta o pobre. Libertação e missão são o resultado de uma escuta do Deus da Aliança.
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.15603/2176-1078/er.v24n39p28-44
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