‘Minha casa será casa de oração para todos os povos’ Repensando fronteiras na hermenêutica bíblica queer
Resumo
O artigo problematiza o ‘privilégio da invisibilidade’ presente em algumas hermenêuticas queer. Ao enfatizarem apenas o âmbito da sexualidade marginalizada, acabam por não avaliar a complexidade das relações de dominação nos textos bíblicos. É a partir do estudo de Isaías 56,1-8 que se verifica os limites de tais abordagens identitárias. Ao invés de celebrar rapidamente a inclusão de eunucos, o artigo interpreta a perícope em sua prescrição retórica e, assim, capta a resposta de ‘eunucos’ e ‘filhos do estrangeiro’ ao ethos de subordinação e normatização inscrito no texto. Neste contexto, a ‘casa de oração para todos os povos’ oferece um espaço democrático de lutas que não abriga uma simples identidade fixa na busca por inclusão. Antes, esse espaço utópico possibilita o cruzamento de fronteiras sexuais e étnicas/raciais em seu interior, ao visar a uma retórica radical de transformação.
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PDFDOI: https://doi.org/10.15603/2176-0985/mandragora.v16n16p91-104
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