Reabsorção radicular externa após tratamento ortodôntico: acompanhamento de dois anos
Resumo
Introdução: a reabsorção radicular apical externa é uma complicação comumente associada ao tratamento ortodôntico. É desafiadora devido à sua etiologia inconclusiva e progressão assintomática. Objetivo: relatar um caso clínico sobre reabsorção radicular associada a tratamento ortodôntico. Relato de caso: paciente do sexo masculino, leucoderma, com 15 anos e 11 meses de idade, com queixa de “dentes superiores para frente e dentes inferiores tortos” apresentou, ao exame clínico, maloclusão de Classe I, desvio de 3 mm na linha média inferior, sobremordida de 2,5 mm, sobressaliência de 5 mm, apinhamento de 3 mm na região ântero-superior e de 5 mm na região ântero-inferior. Foi sugerida expansão rápida da maxila com disjuntor de Hyrax, ancoragem superior com AEB noturno e inferior com PLA mais elástico de Classe III, extração dos quatros primeiros pré-molares, seguida de ortodontia corretiva compensatória. Em exame de rotina, após 6 anos de tratamento, foi realizada radiografia panorâmica, na qual observou-se reabsorção radicular de diversos graus em todos os incisivos e segundos pré-molares. Devido ao grau de reabsorção radicular encontrado optou-se pela remoção das forças ortodônticas aplicadas a dentes e acompanhamento clínico-radiográfico periódico anual. Discussão: O paciente negou trauma, mas foi possível observar outros fatores predisponentes para a reabsorção radicular, como: a idade cronológica; exodontia dos quatros primeiros pré-molares, demandando consequentemente mecânica de fechamento de espaço; e o uso de aparelho fixo por um tempo prolongado (6 anos). Conclusão: Embora não se possa atribuir a reabsorção radicular às forças ortodônticas, há a possibilidade de que elas tenham participado desse processo.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.15603/2176-1000/odonto.v27n53p29-36
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.