O uso regulativo das ideias transcendentais na filosofia teórica de Kant
Resumo
O artigo investiga o uso regulativo das ideias transcendentais na Crítica da Razão Pura de Kant. Muito embora Kant inicie seu empreendimento teórico com uma rigorosa e inflexível limitação do conhecimento possível (Analítica Transcendental da primeira Crítica: Cf. KrV,B89 - 349), a metafísica não lhe é uma questão indiferente. Pelo contrário, talvez possa ser ela problema primordial da primeira Crítica. A despeito dos invariáveis limites sensíveis do conhecimento possível, a razão especulativa possui uma disposição naturalmente metafísica (metaphysica naturalis). Por meio de um processo natural, ao buscara completude absoluta do condicionado, a razão produz ideias transcendentais, conceitos absolutamente incondicionados, puramente metafísicos. Dada a sua natureza supra-sensível, as ideias não são empiricamente comprovadas, logo não podem ser conhecidas, já que o domínio do conhecimento repeita os limites da experiência possível. Contudo, mesmo reconhecendo a impossibilidade epistemológica da metafísica, Kant não nega a importância da mesma. Se consideradas como máximas subjetivas, com um uso apenas regulativo, as ideias transcendentais tornam-se, então, sistematicamente imprescindíveis, pois, por seu intermédio, o conhecimento ganha organização e unidade.
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.15603/2175-7747/pf.v4n1p91-104
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