Política de saúde no terreiro: uma ação que envolve a crença e a ciência
Resumo
Neste artigo, discuto a eficácia simbólico-religiosa e política de um terreiro de candomblé, ao se constituir em centro de atenção à saúde. O apoio ao Programa Estratégia Saúde da Família tem a finalidade de exercer a vigilância sobre determinadas doenças presentes na população do entorno do terreiro, localizado no bairro das Pedrinhas, no município de Macapá-AP. O complexo de saúde envolve desde a mortalidade materna e infantil, idosos, grupos de risco DST e AIDS até os cuidados do diabetes, da hipertensão e de outras síndromes de significativa incidência nessa faixa da população em sua maioria carente. O artigo constitui-se em uma pesquisa etnográfica, tendo como base minha experiência de trabalho de campo na Amazônia amapaense, especificamente no terreiro do Ylê da Oxum Apará, desde abril de 2013 até os dias atuais. A ‘comunicação’ entre saúde e sagrado, no ambiente de um terreiro de candomblé, é o primeiro ‘estranhamento’ que move este estudo: o que permitiu esse arranjo, esse sincretismo entre a prática médica e a prática religiosa? Analiso as interfaces desses dois universos culturais – profissionais de saúde e o status diferenciado que possui o terreiro enquanto agência de saúde na comunidade pesquisada.
Palavras-chaves: saúde;cultura;política;Amazônia;cosmologia
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PDFDOI: https://doi.org/10.15603/1677-2644/correlatio.v16n2p303-318
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