A Revista Mandrágora é uma publicação semestral do Grupo de Estudos de Gênero e Religião Mandrágora/NETMAL - do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo. Circulando desde 1994, a Mandrágora é a primeira revista brasileira especificamente sobre Gênero e Religião, e foi criada com o objetivo de divulgar artigos científicos, relatos, resenhas e entrevistas sobre essa temática.
A partir de 2015 a revista Mandrágora passou a ter publicação semestral e convida pesquisadoras e pesquisadores em estudos feministas e religião a colaborarem com artigos e resenhas, recebidos em fluxo contínuo
Se ainda não possui cadastro, cadastre-se com o nome sob o qual deseja ver publicado o seu artigo ou resenha. Com o cadastro efetuado, clique em "iniciar nova submissão" e siga as instruções para submeter o seu artigo ou resenha. Lembre-se de verificar as normas em "diretrizes para autores/as".
EMENTA DOSSIÊ – 1º semestre de 2024
GÊNERO E JUSTIÇA SOCIAL NAS TRADIÇÕES BUDISTAS
Organização/Organization/Organización:
Dra/PhD Vesna Wallace - UCSB
Dra/PhD Fernanda Coelho - UMESP
PhD Candidate Patricia Guernelli Palazzo Tsai - UMESP
Gênero e justiça social nas tradições budistas
Na época do Buddha histórico, a sociedade indiana era caracterizada por um sistema social baseado em quatro classes sociais principais (varṇas) e naquelas que não se enquadravam em nenhuma das quatro categorias. O Buddha desafiou a visão brâmane predominante de sua época de que apenas certas classes sociais fossem inerentemente mais espirituais do que outras e que o caminho das mulheres para a libertação fosse através do serviço ao pai, ao marido e aos filhos. O Buddha procurou promover a justiça social e econômica, rompendo com o status quo e promovendo a igualdade nas comunidades monásticas que estava a construir. Desde então, à medida que o Budismo passou por vários desenvolvimentos na Índia e noutras regiões da Ásia, foi adaptando-se a diferentes contextos sociais, religiosos e políticos nos quais a promoção da justiça social e da igualdade de gênero era desafiada. Assim, ao longo dos séculos, as dimensões sociais dos ensinamentos do Buddha receberam diferentes interpretações no que diz respeito às questões de igualdade de gênero. Com a justiça social como princípio orientador e o exemplo dos primeiros ensinamentos budistas, tanto os budistas como os estudiosos budistas continuaram a desafiar certos preconceitos sociais e geraram duas áreas relacionadas com os estudos budistas – o Budismo Engajado ou o Budismo Humanista e os estudos de gênero. Tendo como tema transversal a justiça social que leva em consideração as mais variadas expressões das questões de gênero, este dossiê reunirá artigos, entrevistas e resenhas científicas que apontam para a relação entre gênero, justiça social e budismo em todo o mundo. Oferecerá aos leitores análises críticas das afirmações extraídas de diferentes tradições budistas que procuram criar as políticas relativas à igualdade de gênero como um caminho para a construção de formas de justiça social. As contribuições ao dossiê deverão ser entregues até 20 de março de 2024.
Gender and social justice in Buddhist traditions
At the time of the historical Buddha, Indian society was characterized by social system based on the four main social classes (varṇas) and those which did not fall into any of the four categories. The Buddha challenged the predominant brāhmaṇic view of his time that only certain social classes are inherently more spiritual than others and that women’s path to liberation is through service to her father, husband, and sons. The Buddha sought to promote social and economic justice, breaking with the status quo and promoting equality in the monastic communities he was building. Since then, as Buddhism underwent various developments in India and across other regions of Asia, it was adapting itself to different social, religious, and political contexts in which the promotion of social justice and gender equality was challenged. Hence, over the centuries, social dimensions of the Buddha’s teachings were given different interpretations with regard to the matters of gender equality. With social justice as a guiding principle and the example of early Buddhist teachings, both Buddhists and Buddhist scholars have continued to challenge certain social prejudices and generated two related areas with Buddhist studies—the Engaged Buddhism or Humanistic Buddhism and gender studies. Having social justice as its cross-cutting theme that takes into consideration the most varied expressions of gender issues, this dossier will bring together articles, interviews, and scientific reviews that point to the relationship between gender, social justice, and Buddhism around the world. It will provide the readers with critical analyzes of the assertions drawn from different Buddhist traditions that seek to create the policies regarding the gender equality as a path towards building different forms of social justice. The contributions to the dossier should be submitted by March 20, 2024.
Género y justicia social en las tradiciones budistas
En la época del Buddha histórico, la sociedad india se caracterizaba por un sistema social basado en cuatro clases sociales principales (varṇas) y aquellas que no entraban en ninguna de las cuatro categorías. El Buddha desafió la visión brahmínica predominante en su época de que sólo ciertas clases sociales eran inherentemente más espirituales que otras y que el camino de la mujer hacia la liberación pasaba por el servicio a su padre, marido e hijos. El Buddha buscó promover la justicia social y económica, rompiendo con el status quo y promoviendo la igualdad en las comunidades monásticas que estaba construyendo. Desde entonces, a medida que el budismo ha experimentado diversos desarrollos en la India y otras regiones de Asia, se ha adaptado a diferentes contextos sociales, religiosos y políticos en los que la promoción de la justicia social y la igualdad de género se ha visto cuestionada. Así, a lo largo de los siglos, las dimensiones sociales de las enseñanzas del Buddha han recibido diferentes interpretaciones con respecto a las cuestiones de igualdad de género. Con la justicia social como principio rector y el ejemplo de las primeras enseñanzas budistas, tanto los budistas como los eruditos budistas han seguido desafiando ciertos prejuicios sociales y han generado dos áreas relacionadas de los estudios budistas: el budismo comprometido o el budismo humanista y los estudios de género.Con la justicia social como un tema transversal que toma en cuenta las más variadas expresiones de las cuestiones de género, este dossier reunirá artículos, entrevistas y reseñas científicas que apuntan a la relación entre género, justicia social y budismo en todo el mundo. Ofrecerá a los lectores análisis críticos de declaraciones extraídas de diferentes tradiciones budistas que buscan crear políticas relacionadas con la igualdad de género como un camino para construir formas de justicia social. Las aportaciones al expediente deberán entregarse antes del 20 de marzo de 2024.
ISSN Impresso: 1517-0241
ISSN Eletrônico: 2176-0985
Notícias
Recepção de novas submissões |
|
Notificamos xs autorxs que, a partir de hoje, 14/12/2023, não estaremos recebendo novas submissões, exceto aquelas relativas aos dossiês previstos para o ano de 2024: Budismo e gênero (primeiro semestre) e comemorativo dos 30 anos da Revista (segundo semestre) Lhes desejamos boas festas e um ótimo 2024. A equipe editorial |
|
Publicado: 2023-12-14 | |
Outras notícias... |
v. 29, n. 2 (2023): Mandrágora
Sumário
Dossiê Budismo e gênero: diálogos e pluralidades
Estela Piccin, Cibele Elisa Viegas Aldrovandi, Nirvana de Oliveira Moraes Galvão de França
|
1-11
|
Nirvana de Oliveira Moraes Galvão de França
|
13-39
|
Estela Piccin
|
41-61
|
Fernando Rodrigues de Souza
|
63-78
|
Mauricio de Oliveira Filho, Maria Aparecida Souza
|
79-105
|
Atila Augusto dos Santos
|
107-129
|
Magda Loureiro Motta Chinaglia, Patricia Guernelli Palazzo Tsai
|
131-152
|
Fernanda M. F. Coelho, Jonathan Jesse Raichart
|
153-174
|
Outros temas
Apresentação V.29, n.2 – OUTROS TEMAS
Naira Pinheiro dos Santos
|
175-177
|
John Elton Costa Santos, Maria Teresa Nobre
|
179-199
|
Tacel Coutinho Leal
|
201-229
|
José Ademar Kaefer
|
231-251
|
Camila Vaz Abeche, Clarissa De Franco, Blanches De Paula
|
253-277
|
Resenhas
Tattiane Yu Borges Marques
|
279-291
|
Nilza Menezes, Fábio Fonseca do Nascimento
|
293-302
|